quarta-feira, 9 de abril de 2008

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“...a força da mulher está nas entranhas de seu útero e de seus ovários... Toda mulher deveria honrar seus ovários”... (Clarissa Pínkola Estes)

Uma amiga pediu que falasse sobre feminino e feminilidade... Mas como falar sobre um assunto tão vasto e controverso... Posso apenas dizer a minha verdade, como sinto e vivo o feminino...
Entendo que as mulheres vêm num crescendo, conquistando espaços, respeito e reconhecimento em uma sociedade, ainda um tanto, machista.
Bom, isso é uma conquista social, e não quer dizer que estejamos conquistando a nós mesmas... Muito ao contrário. Cada vez as mulheres se debatem mais consigo mesmas, confundem sensualidade com vulgaridade, e liberdade com promiscuidade, claro, estou generalizando... Também entendo que isso faça parte do processo.
O que realmente não entendo é o porquê permitimos que “alguém” nos diga o que ser e como agir? A mídia nos fornece informações claras de como devemos nos maquiar, nos portar... Que vestir determinada roupa nos tornará mais mulheres ou mais sensuais... Ainda buscamos paliativos em prateleiras de shoppings ou em estéticas, por quê?
Nossas avós e nossas mães lutaram para que fossemos mais livres e independentes e o que fizemos com isso?
Ah, sim... Hoje não precisamos mais dos homens, somos livres e modernas... (risos!)
Nunca fomos tão sozinhas...
Assustamos os homens com nossa independência e agimos machistamente quando exigimos deles uma força inquebrantável... Nossa! Quanta evolução! Aprendemos a dar pelo que recebemos, o eterno “toma lá dá cá”... Quanta humanidade!

Ironias a parte, entendo que podemos e devemos ser livres, mas realmente livres, podermos ser quem quisermos ser, agirmos de acordo com que apontam nossos sentidos... Poder realmente fazer escolhas e ser mulher, sensível, humana, a que doa, que nutre, gera e se rebela, sempre que alguém tentar prendê-la em algum quarto escuro por não ter se comportado bem...

Precisamos parar de medir o que vamos dar, o amor não se extingue, o que causa o sofrimento é justamente a incapacidade de amar, medos de não sermos aceitas e da rejeição... Devemos ser honestas e verdadeiras, primeiramente conosco e depois, se possível, com os outros... Verdades são doloridas... É sempre mais fácil culparmos o outro... Chega disso, vamos assumir nossa feminilidade, que de fraca não tem nada... Ainda confundimos sensibilidade com permissividade e fraqueza... Precisamos entender que o outro também é alguém em construção e que ninguém está apto a dizer o que devemos ser e como agir, a não ser nós mesmas... E como disse inicialmente, essa é a minha verdade, são nas tentativas, nos acertos e erros de meus passos que vou me construindo mulher e feminina...
Não aceito o que é midiático... O que vejo é uma geração de mulheres com problemas existenciais que jamais deveriam ter, sentindo-se menores por não usar determinado manequim, ou por não conseguir se encaixar nos padrões daquilo que chamam modernidade... Ninguém nunca se encaixará, são artifícios ilusórios que estão a uma distância enorme de nossa realidade. Se conseguirmos ser nós mesmas, nos aceitando como as mulheres que somos, estaremos dando largos passos na direção do feminino...

Procuro sempre seguir essa máxima, a expressão mais feminina que conheci:

Sou uma mulher que honra seus ovários!



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