segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Na era da informática IV

Upgrade 2010


Nova versão com funções multimídia e multifuncionais.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O enigma dos relacionamentos...

Naquele dia resolveu olhar-se de outra maneira, buscando nas assertivas e interrogações dos olhos que a fitavam o reflexo de si. Desejava saber como seria vista, sentida, que tipos de filtros emocionais e mentais poderiam existir - aqueles olhos possuíam a ilusão de conhecê-la, fantasias e desejos que jamais foram revelados.

Deixou-se ir devagar – buscava desvendar os segredos daquele olhar. No primeiro instante sentiu seu medo da aproximação, como se um grande tornado se formasse no dentro, pensamentos sendo lançados de um lado para outro, confusos, repletos de sentimentos antagônicos - o medo das consequências chocava-se com o desejo do acontecer, enquanto a razão gritava palavras de ordem, a vida pedia passagem esgueirando-se entre os sons, despertando os desejos. Tudo estava tenso, muito tenso.

O tempo passou - não muito tempo -, mas o suficiente para o vendaval esvair-se, para que apenas uma brisa leve, carregada de certezas, de desculpas e de obrigações tomasse conta dos corpos. Aqueles olhos estavam calmos e intensos, ainda que oscilassem entre a segurança e insegurança, como se o vento pudesse aumentar sua velocidade a qualquer momento. Faziam força para manterem-se focados e atentos. Uma sutil agitação causada por um medo, quase irracional, podia ser sentida. Naqueles olhos cresciam as dúvidas, a admiração e o medo – quem ela é?

...uma mistura de desejo e de realização transbordava através do olhar, era fato, tudo acontecera. Os olhares se misturaram e ela já não soube dizer quem estava fitando a quem. Sentiu medo de si mesma - as interrogações só haviam aumentado –, percebeu toda sua intensidade. Rapidamente a mente e seus códigos de honra tomaram conta daquele olhar - mas a vida estava ali, não podia ser negada, refletia-se nas pupilas, brilhava à distância.

Os olhares despediram-se.
Aquele olhar levou consigo mais do que imaginaria levar e deixou a certeza e o desejo de voltar.

Repleta dos outros olhos, ela buscava algum tipo de explicação, alguma coisa que justificasse a combustão. Entendeu que aqueles olhos ainda não a tinham visto, ficaram presos em seus medos, desejos e inseguranças.

Como ela poderia explicar àqueles olhos sua intensidade e entrega, se nem ela mesma conseguiu entender os efeitos que provocaram em seus corpos? Como fazer com que percebam seu dentro, suas machucaduras e seu desejo pela vida? De que maneira aqueles olhos entenderão que tudo o que ele é e o conjunto que abriga, com suas curvas e declínios, realmente a agradam? Será que ele foi capaz de perceber o que despertou? Como ela poderá colocar seus olhos naquele olhar - depois da tempestade - se o que restou foi o silêncio das palavras.
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terça-feira, 17 de novembro de 2009

estado emocional

Ansiedade mata? Morri!?




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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Como pode-se viver sem ideais ou ideologias?

(eu, não consigo)


Viver para e por si mesmo, é muito pouco.

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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

ilusíon

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domingo, 1 de novembro de 2009

anúncio

As vozes se foram. Encontraram novos/velhos rumos, partiram com aquele que as criou. O silêncio, a princípio, confundiu-se com paz, um estado sereno de ser que a muito estava ausente de sua mente e vida. Ela sentia-se vazia – ao partir as vozes deixaram pequenos buracos escuros, deformando os sentidos.

Deu-se tempo, preencheu-se de luz, de sono, de ervas, de água e de sol... Despertou, livre do atordoamento das insanidades proferidas. As poucas cicatrizes que restaram guardam nas paredes da memória a lembrança da sobrevivência e de ser hoje, ainda mais forte do que fora.



O silêncio gesta novas sílabas, novas orações e frases são forjadas através do riso leve, como se o riso fosse desconhecido. As mãos registram o espanto do próprio nascimento, no mesmo instante em que anunciam: As vozes morreram!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Oração de Dante

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Encaixando as peças


Adquiri mais um pedaço de mim mesma...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

em alta velocidade...


A velocidade dos acontecimentos está constante e acelerada, nada de movimentos retilíneos, às vezes são bem tortuosos e tensos... nessa velocidade não existem retornos, apenas o ir além.

Aprender a viver sob intensa pressão e permanecer atenta, consciente e em construção. Talvez essa seja a chave para se viver nos múltiplos espaços-tempo ao mesmo instante, talvez! Não tenho tido tempo para me perder em meus pensamentos e devaneios... ando brincando com a vida, re-fazendo o fazer... recuperando o riso inocente e sem fronteiras que carrega em si todo o universo.

Não me importam os discursos de boca... palavras que não duram mais que uma bolha de sabão - sem valor, significado, ou consistência - isso ficou pra trás e quase não pode ser visto pelo retrovisor.

O caminho tomou outra direção e eu sigo - me travestindo das muitas que me habitam colorindo e enfeitando meu viver.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

leitura interna

A cada dia surpreendo-me - mais e mais - com os habitantes do dentro e com tudo que me compõe. Poder ler os escritos de meus corpos... símbolos e signos que me revelam... histórias que em algum momento se cruzaram... caminhos interrompidos e refeitos...



Como pode-se viver sem isso?

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

caminhando no tempo...



... a eternidade pode ser apreendida em poucos segundos!


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domingo, 30 de agosto de 2009

um amanhecer...

Despertou. Sentia-se dormente. Lutou contra tudo que havia se instalado no dentro, causando doenças e estragos. Jamais se entregou. Ocupou seu tempo reformando sua caverna, buscando nas paredes internas o entendimento das ações e do sentir. Por fim percebeu que jamais poderia ser, por que nunca foi.
Lembrou de quem é e do acalenta no dentro. Dos sonhos que ainda não realizou. Perdoou seus equívocos. Entendeu-se construtora de si mesma.


O H1N1 se foi e com ele... todo o resto.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

sonorização

... And so they linked their hands and danced
Round in circles and in rows
And so the journey of the night descends
When all the shades are gone...

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

criações absolutas

Na busca da fórmula perfeita descobri que não posso dividir. Não mais fragmentar. Aos pedaços tudo já está. São meios e metades de resultados inconstantes. O relativo e variável transbordam pelos poros. As diferenças coexistem e se debatem nos habitantes do dentro enquanto os espaços-tempo multiplicam-se a cada instante. É preciso criar um tipo de soma. Gerar um número absoluto que agregue a si todos os outros, mesmo que isso, aparentemente, não faça nenhum sentido.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

cálculos internos

Preciso arranjar uma fórmula matemática que una os tempos em mim e me faça transitar nas diferentes horas do dentro... alguma sugestão?

conclusão

Uma etapa concluída e os olhos se voltam ao horizonte buscando a melhor forma de dar o próximo passo. Lá vou eu re-começar mil coisas ao mesmo tempo... mas não hoje, não agora.

Estou em casa, novamente!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

real(iz)ação

saindo do mundo das ideias e passando para o concreto.
... assim estão os projetos.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

mudanças...

Já não tenho mais dúvidas quanto a cor, será verde em várias nuances e tons. Quanto às luzes serão multicoloridas, refletindo a intenção do momento. E os adornos? Ainda não sei ao certo, sobre eles, estou pensando em vários artistas... gosto de tantos...

Novos projetos sempre realizam milagres!

... os desvarios não se acabaram e nem eu aprendi, ainda, a viver nos múltiplos espaços-tempo. Tudo bem! É apenas uma questão de entender as diferentes engrenagens e leis que regulam os mistérios do dentro. Fácil, fácil! Enquanto isso... mais vinho...

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

desvarios e vinhos

Os tempos passam bem diante de mim. Tento aprender a multiplicar as horas de meus dias, existindo em muitos espaços ao mesmo tempo. Há momentos que simplesmente não estou, nem aqui e nem ali. As pressões existem em cada um desses espaços, e até mais de uma nas mesmas dimensões de mim. Como lidar com elas? Confesso não estar sendo hábil na tentativa de me fragmentar nos diferentes espaços-tempo.

Imagino que essas dificuldades façam parte do processo. Aprendemos a nos concentrar e a existir a cada tempo em um determinado espaço. Ainda que as vozes nunca se calem, a imaginação não deixe de criar e nem os sentimentos de existir. E isso ainda é nada, diante do que abrigo!

Ah! Preciso de mais vinho, ficar rosa, branca e tinta. Focar-me na dissolução... fluir sem deixar de estar. Como é difícil! Pequenas coisas me distraem... velhas rusgas me irritam, e nem aos hormônios, hoje, posso culpar.

Como criar as pontes do existente entre os espaços-tempo? Materializar em um o que tem no outro? Estar, nos diferentes mundos que me habitam, ao mesmo tempo. Como sentir, perceber, criar e existir, de maneira consciente, em todos esses movimentos simultaneamente?

Vivo entre a genialidade da loucura e a bestialidade do normal - a quase morte - sem estabilizar-me em nenhum. Será possível?

Esses dias, num surto corriqueiro, pretendi entender e dimensionar os resultados. Tê-los como em um catálogo, quem sabe até multicolorido - como se fosse possível! Certamente não o é. Os resultados das construções são sempre a posterori.

Não consigo satisfazer-me com o que está ao alcance das mãos. Meus olhos estão focados no depois, no além e acima. As assertivas das previsões tornam-se irritantes... como gostaria de ser surpreendida de maneira exagerada e positiva. Tudo bem! Tudo bem! Não dá pra olhar pra fora, não nesse instante, onde as pressões do que não é tentam sufocar o que está se construindo.

A humanidade em cada um, ainda é uma utopia.

domingo, 2 de agosto de 2009

Fire dance

Com as velas acesas nos pés vou abrindo passagens, construindo meu caminho... desvio da brisa gestual da memória gerando espanto em cada canto de meus corpos.

Ser assim...


Uma flor no mar que não pertence a nenhum jardim...

sexta-feira, 31 de julho de 2009

uma voz na pedra...

Não sei se respondo ou se pergunto. Sou uma voz que nasceu na penumbra do vazio. Estou um pouco ébria e estou crescendo numa pedra. Não tenho a sabedoria do mel ou a do vinho. De súbito ergo-me como uma torre de sombra fulgurante. A minha ebriedade é a da sede e a da chama. Com esta pequena centelha quero incendiar o silêncio. O que eu amo não sei. Amo em total abandono. Sinto a minha boca dentro das árvores e de uma oculta nascente. Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim. Não estou perdida, estou entre o vento e o olvido. Quero conhecer a minha nudez e ser o azul da presença. Não sou a destruição cega nem a esperança impossível. Sou alguém que espera ser aberto por uma palavra.

António R. Rosa

(Obrigada querida M.)

quinta-feira, 30 de julho de 2009

candeeiro

As palavras sempre me atravessam. Repetidas vozes insanas que insistem em amar... persistem apesar dos desencontros e esperam a cada novo dia uma mudança, na fria paisagem que a noite teima em abrigar.

Ainda tenho em meu peito um sentimento aos pulos que lança magia em cada um de meus espaços. Um candeeiro intenso e ardente... Já não sei se existo ou resisto no todo que carrego no dentro.

terça-feira, 28 de julho de 2009

distanciamento

É só um pressentimento estendido pelo chão. Uma velha/nova sensação de algo querendo vida... alguém crescendo... Tantos foram os partos que os números perdem-se entre os lençóis. Ao fitar a toalha sobre a mesa - com seus desenhos e formas geométricas - crio um certo distanciamento... as incertezas e dúvidas embrulhadas condensam-se em vontade... uma vontade de ir além... além da complexidade que abrigo.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

vivendo entre mundos...

... as vidas que vivi estão tão presentes quanto o presente em que vivo. Tudo se mistura o tempo todo. As linhas divisórias simplesmente inexistem e não há nada que possa fazer, a não ser aprender a criar as pontes... trazer o melhor de mim à vida e manifestação e criar nas sombras que me habitam um tipo de consciência capaz de gerar a libertação.

Sempre foi assim...

as multicores do dentro

Há tanta urgência na realização... e eu sempre aos tropeços. Procuro, quem sabe, uma fórmula para lidar com os medos do dentro, com as marcas mais doídas. Todo o processo de transformação esbarra em alguma ferida do passado, que age como bloqueio, através de medos irracionais, fobias e até mesmo, a negação de quem se é. Esses dias me disseram que vivo olhando para o passado, talvez seja verdade, mas eu ainda não consigo ver as coisas dessa forma. O que sei, é que cada vez que dou um passo à frente, alguma coisa, ainda sem resolução do passado, volta a assombrar... quando vejo, está diante de mim. Assim que desato o tal nó e que tudo se ajeita no dentro, lá vem outra amarra. Será que existe algum tipo de limpeza mais profunda, que remova todas as marcas em uma única vez? Duvido. Também sou constituída dessas marcas, as deformidades que me compõem forjaram, ao longo da existência, exatamente o que Eu Sou. O que assombra no hoje é justamente o que me fortalece no amanhã. Tantas foram às vezes que vivenciei acontecimentos dessa natureza, que já não há como negar a importância. Hoje, no dentro, existe um mosaico multicolorido, construído através das inúmeras conquistas, sobre mim mesma. Ainda assim, há vários espaços em branco, esperando serem preenchidos pelas formas, cores e luzes. Talvez esteja um tanto assustada, diante do tamanho de tudo que “precisa ser levantado”, mas não há outro caminho... a normalidade não é meu objetivo.

domingo, 26 de julho de 2009

novas/velhas construções

Mais um dia fora do tempo... hoje, o primeiro dia de um novo ciclo...


Sinto algo criando forma no dentro, um sentimento que sempre esteve, mas que no decorrer do caminho foi deixado de lado. Muitas vezes esqueço-me de quem sou, ou do que carrego em mim. Dos sonhos, que nunca foram sonhos e sim marcas, situações vividas em um passado distante. Como se pode conhecer certas coisas sem nunca as tê-la vivenciado? Só o passado explica essa falta do que nunca tive. Somente por esses dias dei-me conta do que faltava... das diferenças entre o sentir e o fazer, e isso tudo acontece no dentro, não é fora, nunca foi e eu sempre soube. O presente está trazendo de volta, aos poucos, ainda muito sutilmente, as lembranças e a vontade de tentar, mais uma vez, construir o que pensara ser impossível.


Por certo, eu não seria eu, se não tentasse mais e mais uma vez!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

uma alma irmã

O dia de hoje me é especial. Uma alma que me acompanha a várias e muitas vidas, veio um pouco antes para que pudéssemos nos encontrar mais uma vez. Partilhamos de tudo um pouco... lágrimas entre risos... risos entre lágrimas.

Sempre tivemos uma a outra e sempre nos teremos. Uma amizade que não exige explicações. É natural... é plena... é de outros mundos.

Parabéns meu amor!

Que esse ciclo que se inicia seja o melhor de todos e que possas, como nunca antes - voar alto em todos os sentidos.

Te amo... mais que o infinito.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

um dia musical...

No dia mundial do Rock o melhor - ao menos pra mim - o rock progressivo...

O trio é de peso!

Peter Gabriel - Natalie Merchant - REM.

sábado, 11 de julho de 2009

um (re)começo...


...renovada e abastecida.

Nada como alguns momentos na serra gaúcha.
(apesardofrio!)

sexta-feira, 10 de julho de 2009

sistema um tanto nervoso...

Não me encontro entre os substantivos e tempos verbais... estou além das palavras, da forma e do entendimento... sem explicações, definições ou qualquer coisa que valha...

...um complexo centro nervoso em franca abstração.

terça-feira, 7 de julho de 2009

ponto de fusão



Hoje... acordei em ebulição.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

jogo de palavras

...digno de cópia!

palavras dedicadas

Como algo tão insignificante e pequeno (que opera em modo invertido) pode causar tanto contentamento, ira e tão tristes palavras. Os seres menores não me causam nenhuma reação ou satisfação com suas agonias... são pequenos demais para merecer tamanha aflição. A re-ação é algo realmente comovente.... revela a crença - um tanto paranóica - de que tudo gira ao redor de si (sinto causar uma dor)... não é.

O reinado é absoluto e solitário quando se preside um deserto.

(pontofinal)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

a criação em meio ao caos...

... situações de uma mente um tanto agitada.


As palavras soltas nas diferentes partes do dentro... geram terremotos, deslocam as placas internas em infinitas possibilidades. O caos criativo... a deformidade da forma... o que não pode ser contido nas paredes do entendimento.. Soltar as amarras... dançar a vida...


Eis o ato mágico criativo...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

as vozes do dentro...

Algo no dentro pede passagem, há muito esquecido, dormente e adoecido. A falta do que se tem é tão insuportável quanto à presença do que nunca se teve. Sempre esteve aqui e eu soube a todo o instante eu soube ser possível. Errando da única maneira que me era permitido fui apagando a chama... esquecendo entre os tropeços.


... a letra morta ainda me fala!

terça-feira, 30 de junho de 2009

documentários e previsões futuristas

As previsões sobre o futuro não são nada otimistas. Em 2012, segundo elas, tudo que existe irá desaparecer. Depois dos últimos documentários assistidos começo a achar que realmente chegamos ao final dos tempos e fico a me perguntar de que “tempos” estamos falando. A ciência começa a manifestar-se, um tanto sem jeito, e confirma as previsões feitas, pelo povo Maia e tantos outros, há milhares de anos atrás.

Em 2012 estaremos, enquanto sistema solar, em alinhamento com a linha equatorial da galáxia e segundo os astrônomos isso significará uma inversão no eixo da Terra. A consequência será uma mudança drástica em toda a geografia planetária. Nosso céu mudará. Os planetas, incluindo o nosso não estarão mais sobre os domínios do Sol e sim da galáxia, o que alterará rotas precipitando colisões e nisso se inclui o cinturão de asteróides, localizado entre os planetas Marte e Júpiter. Documentários e previsões a parte, fica a certeza de que muito pouco se sabe sobre as reais consequências do dito alinhamento (que é fato).

Será que finalmente começaremos a pensar no fim?

O fim sempre esteve e está presente, é algo diário e corriqueiro. O fim de uma hora, de um dia, uma semana, meses e anos que nunca serão iguais. Os fins sempre precedem um (re)nascer e penso que dessa vez não será diferente. Muitas religiões falam em castigo divino ou na ira dos deuses, mas o fato é que nosso planeta, o sistema solar e a própria galáxia não são seres prontos e acabados e que tudo está em eterno movimento. Assim como nós, que nos construímos ou não melhores, mas que certamente estamos muito longe, da tão sonhada perfeição. A isso se dá o nome de evolucionismo e não há mais espaço para pensamentos criacionistas.

Será que apenas sobrevivemos aos nossos finais de todo o dia ou conseguimos agregar, somar a cada hora, a cada minuto um pouco mais a nós mesmos? Podemos ser iguais em dias desiguais? Podemos. Podemos nos apegar a ideias, sentimentos, conceitos e sermos absolutamente iguais, todos os dias (que chato, não?).

Tudo se resume as velhas indumentárias sociais e nada mais. E me causa espanto perceber que a única certeza da vida é a que mais se ignora – a própria morte.

O fato é que todos querem (sobre)viver, ainda que não saibam exatamente o que fazer com suas vidas.

Quem sabe, sendo mais utópica que o normal, ainda exista outra saída. Quem sabe?!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Invertida e inadvertida

Dizem por aí inadvertidamente (assim de ouvir dizer) que ela é invertida. O que significaria isso e sobre que tipo de olhar?
Ela invertidamente colocou-se a pensar - o que teria feito de maneira inadvertida que possa ter chamado atenção?
O tempo passou e ela nada entendeu - o que sabem as línguas que inadvertidamente falam sobre inversão?
Refletiu um pouco mais (no modo operante invertido) chegando a algumas conclusões... (talvez, um tanto, inadvertidas)

Ah! Sim! Ela é... (a)divertidamente invertida!

(finalmente a descobriram)

sábado, 27 de junho de 2009

des(a)pertando...


tecendo delicados fios na roca da existência...
hoje... acordei fiandeira.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

uma catadora de ossos...


Danço sobre e através do fogo. Construo novas coreografias com os habitantes do dentro. Danço sobre ossos e cinzas, fazendo renascer das entranhas a vida que me anima.


Sou assim, uma espécime de "La Loba".

domingo, 14 de junho de 2009

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quarta-feira, 10 de junho de 2009

passagem...


... adquirindo espaços.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

do singular ao plural

Concentrada no horizonte de sua vida, baixou os olhos por instantes e pode perceber que a velha/nova estrada se mantinha abaixo de seus pés. Olhou para trás e descobriu que apesar de alguns desvios e declínios continuara a andar sobre seus objetivos. Não perdera a si mesma...

Muitas vezes não se dera conta que não estava a perder, mas a ganhar e que a vida é uma eterna aprendizagem... o que nos torna “mortais” é quando passamos por situações/experiências sem aprender, sem que alguma coisa se modifique no dentro... quando nada mais nos toca, nesse ou em outros mundos...

... não morreu.

Olhou com mais desejo o horizonte (como quem estica os olhos na direção do futuro) sentiu-se tocada por mãos leves, repletas de serenidade... um sentimento de finalidade e de substância tomou conta do dentro... tentou fazer uso das palavras, mas essas limitam a possibilidade de entendimento... ousou ir mais além...

Quando voltou a si, estava novamente caminhando... os passos já não possuem a pressa do chegar e os olhos estão repletos da vida que a habita no dentro... mais completa, mais inteira, mais ela... os mundos que carrega se movem e a estrada está composta dos muitos que com ela crescem... por fim entendeu que a porta pode ser pequena para quem não percebe o universo que se é em si mesmo.

Ela... continua a caminhar...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

re-construção

Ainda que tudo mude e eu nunca mais seja a mesma... ainda tenho a mim, ainda sei onde estão meus valores, minhas lutas, minhas construções... por mais que tentem... jamais vou quebrar!
Eu sou o que Sou... e isso ninguém me pode tirar!
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(fotolog, hoje)

sábado, 30 de maio de 2009

leituras...

lendo o tempo, as vidas e os mundos entre as fendas...

Hoje... acordei com 3000 anos de idade!

domingo, 24 de maio de 2009

saber-me Ser

(diluindo para fluir)

... a ilusão se desfez... despertei aos tropeços e não havia nada que me derrubasse... apenas meus próprios pés...

... saber-me Ser é meu único bem.

sábado, 23 de maio de 2009


turbilhão

Em meio ao turbilhão as palavras me cortam... dilaceram a razão... já não sei onde estou, nem mesmo que atitude seria a mais adequada... simplesmente deixo que as formas sem cores saiam do dentro, reclamando em sua loucura o direito a existência... tudo me parece sem sentido... tão logo a tempestade no dentro se abranda lembro que sou composta de outras estâncias... menos doentes... menos feridas... nelas repouso a razão de Ser... é lá que desculpo o turbilhão pelo dano causado, ou a mim mesma, por tudo que não consegui suportar... é de lá que respiro as cores antes de imergir novamente no cinza esbranquiçado que me assombra...
Já não importa o que possa restar de uma parte adoecida e sem controle, apenas que a cura se faça e mesmo que quase transparente, ainda existam as cores.

terça-feira, 19 de maio de 2009

calmante

(Yanni - Duduk)

domingo, 17 de maio de 2009

aprendizados e tentativas...

Às vezes sinto saudades de um tempo que quase não consigo tocar, que está impresso nos habitantes do dentro, com quem preciso aprender a lidar... não sei ao certo... busco respostas, métodos, que nos façam andar juntos, reconhecendo com todos os sentidos o real significado de suas presenças.
O que pode estar impedindo que avance? As justificativas são numerosas e quase sempre sem consistência... a mente, ainda é uma armadilha... e há quem pense que ela seja tudo.
Preciso de mais tempo para o dentro, de mais espaço para as outras dimensões e corpos, conseguir abstrair as ideias (velhas e caducas) indo além de seus domínios... aprender o som das palavras sem sons audíveis que chegam onde nada mais alcança...
...o poder do verbo é além... preciso aprender com meus fantasmas.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

escolhas

Estranho a negação do mundo... conforma-se em ser menos do que poderia... na falta de futuro imposta por aqueles cujo olhar não ultrapassa o próprio umbigo.
Quisera poder mostrar o que me assombra os sentidos e preenche de significados a estrada que insisto em trilhar.

terça-feira, 12 de maio de 2009

... das citações e notas

“...temo que, se alguém me ler... comece a colocar seriamente a questão de saber se não terei definitivamente enlouquecido. Talvez. Mas o meu propósito não era enviar notícias da minha atual saúde mental. Era explicar que ler, no verdadeiro sentido do termo, na acepção apaixonada que temos que lhe dar, só pode ser uma atividade desmedida, insensata, irracional, feita de rituais, cerimônias, gestos desatinados, cumplicidades incendiárias...
...resta o argumento pessoal, quase íntimo: sempre vivi entre as palavras... Pequeno exercício quotidiano: ler frases desgarradas, soltá-las arbitrariamente do texto. Isto é, abrir um livro ao acaso, num sinal vermelho, antes de o filme começar, durante os anúncios na televisão, e escolher à toa algumas palavras. Sempre pensei que, numa dessas frases, chegaria a verdade, o encontro decisivo. Uns jogam na loteria, outros nas palavras.”

Eduardo Coelho.
Tudo o que não escrevi. Diário, Lisboa. Ed. Asa. 1992.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

a passageira

...não procures em minha loucura o que a tua não é capaz de encontrar... não espere que minhas palavras desvendem as verdades que insistes em calar... sou uma e muitas, uma contradição com pés, que vaga aqui e ali em busca de si mesma dando aos habitantes do dentro vida e liberdade, respeito e continuidade que somente a loucura, daqueles que procuram pelo maior de si é capaz de forjar.
Já nem sou e continuo... tudo por mim, já passou...

quarta-feira, 6 de maio de 2009

estado de Ser

Amo minha loucura que me vacina contra a estupidez...
Amo o amor que me imuniza contra a infelicidade que prolifera infectando almas e atrofiando corações...

Chamalú
(Índio Quechua)
Obrigada Aninha!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

abstração interna



Abstraindo as ideias... deixar que as sílabas flutuem nas diferentes realidades que me habitam... permiti-lhes a fala sem nenhuma pretensão de entendimento... sem briga, sem luta...
(em paz!)

domingo, 3 de maio de 2009

... dentro

(Secret Garden)

Interrogações e reticências

Por mais que lance o olhar a distâncias imensuráveis, sempre há o que não vejo, o que não me foi possível prever e antecipar... distraio-me entre as sensações e palavreados que me habitam e instigam... há tanta complexidade no dentro que tentar me entender é mais que heroísmo... desequilibro caminhando sobre rochas e mantenho o caminhar em cordas quase invisíveis...

Se não fosse assim... quem eu seria?

domingo, 26 de abril de 2009

máscaras sociais = conveniências


Quando realmente seremos livres? Quando seremos capazes de ter uma sociedade aberta, franca, que inclua as diferenças e os diferentes... valorize as excelências de cada um e não mais nos condene a igualdade com rótulos de normalidade espalhados pelo corpo, nas marcas que vestimos e usamos que determinam o poder aquisitivo... dividem e selecionam pessoas em grupos formando as velhas castas de maneira velada e silenciosa...

Quando começaremos a valorizar o interno, o dentro de cada um? Quando será possível olhar o outro com aceitação e entender que o conjunto do que somos é o que forma a chamada HUMANIDADE?

Dependemos uns dos outros, estamos interligados em infinitas redes... negar o outro é negar algum aspecto de si mesmo...

Quando a verdade será a base da sociedade e não mais as conveniências e as idéias medíocres de certo e errado, de bem e de mal? O que se aceita e rejeita, o que entende, negando tudo que desconheça, como se pelo fato de ser ignorante de alguma coisa faça com que deixe de existir e ter consistência... O que não se sabe só deixa de ser acessível e real àquele que desconhece... Como julgar o que se ignora?

Chega de máscaras, de conveniências... Quero verdades!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

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terça-feira, 14 de abril de 2009

definições

(...) há vírgulas soltas em diferentes frases inacabadas... palavras que nunca te disse... segredos que guardo no dentro...

pontuações e tempos verbais são difíceis para quem é tão abstrato...

...não existem dois silêncios iguais.

domingo, 12 de abril de 2009

des-velando-me


Sou multidões, diferentes mulheres habitam meus corpos... misturo-me aos elementos recriando formas, épocas e mundos... se o vento acompanha o sol sou meio mulher, meio serpente... se chove, sou a água misturando-se na terra regando minhas próprias raízes, a mulher lenha, nutrindo e gerando a mim mesma... se o solo se resseca sou a velha de dez mil anos, meio insana, meio sábia, que lê entre as fendas o destino dos homens... as horas passam e passam e eu mudo constantemente, meio ocidental mais oriental... nas noites sem lua sou mágica e feiticeira, quando a lua está plena é como se não coubesse em mim, meio loba, quase humana...

Existe uma inquietação latente e pulsante, mostrando que há mais a ser descoberto logo ali... parar não me é permitido e não poderia ser diferente... tenho fome de conhecimento, sede de paixões, de toques mágicos e intensos que rompem os sentidos indo além e além... quero mais de mim o tempo todo.

Meus desejos são tão complexos quanto meus habitantes... há momentos que quero uma tenda e que nada me impeça de ser feliz... em outros quero apenas a solidão por companhia, poder olhar para o céu e admirar as estrelas, seus desenhos e luminosidades... (só quem já andou pelo deserto sabe o valor que elas possuem)

Tem dias que quero levantar acampamento e me perder por aí, sem rumo, sem destino... em outros quero um porto seguro e braços fortes onde possa me enroscar e simplesmente dormir... sem medos, sem sobressaltos...

Apesar de muitas, ainda não me basto e tem dias que simplesmente me desconheço, como se alguma coisa esperasse por ser descoberta ou re-construída... reinventar-me pode ser dolorido, ainda assim é o que melhor sei fazer...

O Norte é sempre o mesmo... e ainda que não possa me definir através das palavras e orações sei para onde estou indo e o que me guia está bem aqui... meu coração.

sábado, 4 de abril de 2009

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...caminho entre interrogações buscando dar a elas um ponto final.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

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As vendas são minhas?

Quando se tem a possibilidade de fazer tudo diferente porque se escolhe fazer igual, repetir as mesmas construções? O tempo mostrou que eram frágeis... porque repetir!? Difícil tomar posição? É sim, saber dizer não, fazer escolhas que vão além do fator econômico, que encontram ressonância em alguma coisa maior e dentro, no dentro. Saber, confiar, acreditar que é possível construir o diferente e agir de acordo com isso. Como eu posso não ver? Será que de tanto ver gastei a visão, congelando-a em uma fração de segundo onde as cenas repetem-se infinitamente... será que sonhei?

sexta-feira, 27 de março de 2009

Na era da informática III

des-fragmentando...


abrindo espaço para novas pastas compartilhadas...

quarta-feira, 25 de março de 2009

carências


...as palavras limitam a possibilidade de explicar-me... ando com carência de adjetivos, pronomes, substantivos e tempos verbais que possam me definir...
(talvez os tenha de criar)

segunda-feira, 23 de março de 2009

Conexões

muito mais do que penso que sei
é o que sei sem pensar

sábado, 21 de março de 2009

Sinto não caber em mim

(e isso é bom)

quarta-feira, 18 de março de 2009

entre as palavras

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sábado, 14 de março de 2009

O eterno devir

Embora consciente dos muitos mundos que me habitam... ainda me assombro com os habitantes internos na medida em que revelam sua face... a bestialidade que em mim carrego equivale à divindade que me habita e constitui.

Vivo em muitas dimensões nas diferentes linhas do tempo. Nada me é novo e com tudo me estranho. As esquinas de minhas ruas ainda que sejam as mesmas, conduzem-me a novos caminhos e a cada passo que dou entendo que concluir alguma coisa nunca é o fim, mas o começo de algo ainda maior.

Carrego no hoje tudo que fui e o que serei... renovando-me a cada instante.
Nunca terei fim ou acabarei...
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quinta-feira, 12 de março de 2009

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quarta-feira, 11 de março de 2009

paz

Nada como uma boa escovada na alma!
(tomar posição, fazer escolhas... sempre e a todo instante...)
Hoje mais leve... quase em paz!

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sábado, 28 de fevereiro de 2009

Um momento



Apenas caminhava, passos largos e rápidos como quem quer logo chegar. Distraída, navegava em seus pensamentos e não percebera o que se aproximava...

Suas vísceras misturaram-se criando choques que repercutiram em todo o corpo, na mente as vozes descontroladas articulavam frases inteiras que acompanhavam sensações e imagens fantasmagóricas. A respiração tornou-se rápida, o coração batia-lhe na garganta...

Agarrou-se ao único fio de consciência que ainda possuía e tentou controlar o desvario do dentro respirando longamente, diversas vezes... Caminhava ainda mais rápido, tinha que chegar...

Em meio ao turbilhão, sentia seu corpo fragmentado-se em diversos pedaços... finalmente chegara... respirava profundamente e tentava re-montar a si mesma...

As vozes ainda presentes estavam em segundo plano, ela buscava as respostas e logo obteve a confirmação (o que ocorrera em seus sentidos era real e fato). O corpo novamente estava em pedaços... ela deixou-se partir sem saber o que fazer consigo mesma... A pressão aumentou, sentia que iria explodir, respirava, respirava...

Ainda perdida no mundo de percepções ouvira as vozes externas (uma tentativa de acalmar e dar direção ao seu sentir)... nada entrava nos fragmentos que restavam de si... os sons atravessavam as paredes do entendimento não encontrando nenhuma resistência, esvaindo-se no ar.

Mergulhou mais profundamente em seu universo e pode entender que jamais deixará de ser o que é... sabe que já não pode mais lutar consigo mesma... terá de aprender a lidar com suas percepções, na intensidade em que ocorrem...

Perceber, sentir, separar, analisar, sobreviver e ir (além)...

(ainda não sabe por onde começar)

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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

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estava ao alcance dos sentidos e
muito longe das mãos...

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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Mais tempo...




... para conceder-me horas de alegrias
... para mais que alguns minutos de sabedoria
... para poder respirar
... para ouvir o som que emana do silêncio
... para ser a criança feliz e risonha que insisto em nutrir
... para ser eterna
... para Ser mais que o sentir

Tempos... mais tempo.



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domingo, 15 de fevereiro de 2009

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(turbilhão mental)
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sábado, 14 de fevereiro de 2009

Desabafo

Os interesses pessoais sempre estarão acima dos grupos e isso é triste e pequeno.

Como carecemos de humanidade, de olhares diferentes que contenham aceitação, amor sem reservas... endurecemos, adoecemos e tudo fica limitado aos nadas que criamos... um mundo cheio de indiferenças, de desconfianças e de pré-julgamentos...

Estou farta de vazios, cansada da mesquinhez estúpida e de jogos manipulativos...

Minha alma não tem preço... não tentem comprá-la ou corrompê-la...

Não estou à venda.
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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Esboço do sentir...





(...)
Sentir tudo de todas as maneiras,
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.
(...)
Multipliquei-me, para me sentir,
Para me sentir, precisei sentir tudo,
Transbordei, não fiz senão extravasar-me,
Despi-me, entreguei-me,
E há em cada canto da minha alma um altar a um deus diferente.
(...)


Álvaro de Campos (FP)

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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Ritmos do dentro


Yanni...

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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Na era da informática II







Fico feliz que existam ferramentas como o Word e outros editores de textos.

Minha caligrafia sempre foi horrível...

fui alfabetizada no Egito.

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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Um papo solar



Esses habitantes da Terra estão a me confundir. Ando no mesmo ritmo há tanto tempo que já nem sei fazer as contas. E até onde a idade me deixa lembrar, trafego os mesmos espaços de sempre salvo uma luz que outra que ora aparece, ora desaparece.
Há muito tempo escuto um palavreado sobre zodíaco tropical e zodíaco sideral. Então o caminho que percorro possui esses dois sobrenomes, mas na minha visão as paragens são sempre as mesmas. Que confusão é essa?
Bons eram os tempos em que me prestavam homenagens e reinava absoluto no céu. Tinha vários codinomes. Para os babilônicos meu nome era Shamash, para os egípcios, Rá, ainda que tenham criado outras denominações essa foi a mais conhecida. Assim como os indianos que me confundiam sempre com vários e diferentes nomes, e tantos outros povos de diferentes latitudes e longitudes.
Fiquei mais conhecido pelo nome que recebi dos gregos, Apolo. Um nome simpático, porém já não era mais o soberano dos céus. Júpiter passou a ser conhecido como Rei do Olimpo e seu nome passou a ser Zeus. O que é o Olimpo? Por que Júpiter?
Ri-me muito quando descobri que pensavam que nascia e morria todos os dias. Dias? O que isso significava? Custei a entender. Pobres terráqueos! Não ouve um segundo de grau sequer que minhas luzes tenham se apagado.
Como podem ser tão estranhos? Agora escuto que não sou o único Sol dos céus e que moro em um lugar chamado Via Láctea... segundo ouvi é apenas uma de inúmeras galáxias existentes.
Era só o que faltava!
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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

resPIRAção



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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

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Tem dias que as palavras me atravessam,
rápidas e cortantes.
Os dedos correm sobre o teclado,
enquanto as frases acavalam-se
umas por cima das outras.

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domingo, 1 de fevereiro de 2009

Uma canção

Ainda que a correria dos dias quase a engolisse podia ouvir uma música que ecoava ao longe em meio a seus pensamentos. Decidindo descobrir do que se tratava, resolveu prestar atenção ao que ouvia. Fechou os olhos e deixou-se ir em direção as notas.

Aos poucos foi perdendo a noção de seu corpo, não sentia mais o peso de sua carne.

Ela misturou-se ao som deixando-se ser embalada pela melodia. O ritmo oscilava, ora estava calmo e sereno, ora sentia como se estivesse sendo jogada de um lado para o outro.

Entregando-se mais um pouco ao momento, seus sentidos já não mais lhe pertenciam. Deixou-se ir cada vez mais fundo até que sílabas, abafadas pelo som, começaram a formar frases inteiras legíveis ao ouvido. A canção possuía sua letra.

De início não se deu por conta do que estava a ouvir apenas deixava-se flutuar seguindo o ritmo e a melodia.

Então tudo começou a ficar mais agitado, como se as notas atropelassem umas as outras desfigurando a canção em estranhos ruídos, altos e estrondosos. Uma grande agonia tomou conta do ambiente consumindo todo o oxigênio existente, Ela não mais podia respirar... ficou ali, quase a desmaiar, entre a vida e a morte.

Por fim, o ritmo e a melodia se restabeleceram e uma voz com tom de eternidade fez-se ouvir. A voz cantava os dias de sua vida. Momentos de calmaria e de grandes tempestades eram traduzidos em notas e oitavas, formando seus próprios refrãos de acordes.

Entregue que estava ao momento, nada podia fazer a não ser deixar-se flutuar em sua própria canção. Ela dançou... Morreu inúmeras vezes, de rir e de chorar, viveu sempre por amor e ser capaz de amar...

Depois de alguns minutos tudo acabou. O silêncio se fez presente. Ela estava exausta, como se não coubesse em si a própria vida. Ainda tonta de tantos rodopios, saltos e quedas, sentou-se em um canto da sala. A mente estava vazia. O corpo dormente.

Mais alguns minutos se passaram, até que ela conseguisse restabelecer o raciocínio.

Ela entendeu que toda uma vida pode ser representada em uma canção e que a Existência é como um grande e infinito concerto.

Ainda atordoada com que acabara de vivenciar, percebeu que apesar de ouvir sua própria canção, dançar seus reveses e conquistas, não sabia dizer ao certo quem construíra os arranjos de sua vida.

Apesar de conhecer suas limitações e dificuldades decidiu que estava na hora de tentar.

Ela passou a compor, escrever e arranjar sua própria canção.

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sábado, 31 de janeiro de 2009

Na era da informática




quando me formataram
esqueceram de instalar o software de “Maria”.

(minha casa está um caos!)

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Depois que me cansei de procurar,
Aprendi os inventos.
Desde que um vento me quis contrariar,
Navego com todos os ventos.

Nietzsche

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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Diferença



Sempre tive a sensação de pertencer a outro lugar. Estranhava as palavras com que me falavam e achava esquisito as pessoas não ouvirem o que eu ouvia. Na escola, na faculdade, a sensação de não ser daqui inquietava-me. Aprendi uma maneira de me comportar que não era minha, um idioma que não coincidia com o meu, emoções que me não provocavam qualquer eco interior. No fundo da minha alma estava de visita e cabia-me, por necessidade e educação, adotar os hábitos nativos, que se me afiguravam complicados e inúteis. Ainda hoje me surpreende as pessoas julgarem que não tenho sotaque e não é à língua que me refiro, é a tudo o resto.

Antonio Lobo Antunes
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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Enfrentamentos



Enfrentar os medos e o que se oculta no dentro.
(formas fantasmagóricas e um tanto sem cores)
Estava na hora! Ufa!!!
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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ritmos

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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Vozes sem som

ela retirou o som das palavras
(repetitivas palavras)
e partiu com outras oitavas
em busca de novas composições


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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Cosmos


Tem lugar melhor para se viver?
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sábado, 17 de janeiro de 2009

O que me-dita?

Escrever é como tirar do dentro, dar forma e sentido as sílabas soltas e sem nexo que se debatem nas paredes internas...
É como se ao dar-lhes consistência encontrassem o sentido... possibilitando-me restabelecer o silêncio no dentro.
Talvez seja esta uma das maneiras de reconhecer o que me habita nas ideias, nos sentidos e nos sentimentos.
E quem sabe além, muito além da superficialidade das próprias palavras, mas através delas, possa encontrar as origens do que me escreve, o que me dá sentido e pelo qual existo.
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