segunda-feira, 27 de julho de 2009

as multicores do dentro

Há tanta urgência na realização... e eu sempre aos tropeços. Procuro, quem sabe, uma fórmula para lidar com os medos do dentro, com as marcas mais doídas. Todo o processo de transformação esbarra em alguma ferida do passado, que age como bloqueio, através de medos irracionais, fobias e até mesmo, a negação de quem se é. Esses dias me disseram que vivo olhando para o passado, talvez seja verdade, mas eu ainda não consigo ver as coisas dessa forma. O que sei, é que cada vez que dou um passo à frente, alguma coisa, ainda sem resolução do passado, volta a assombrar... quando vejo, está diante de mim. Assim que desato o tal nó e que tudo se ajeita no dentro, lá vem outra amarra. Será que existe algum tipo de limpeza mais profunda, que remova todas as marcas em uma única vez? Duvido. Também sou constituída dessas marcas, as deformidades que me compõem forjaram, ao longo da existência, exatamente o que Eu Sou. O que assombra no hoje é justamente o que me fortalece no amanhã. Tantas foram às vezes que vivenciei acontecimentos dessa natureza, que já não há como negar a importância. Hoje, no dentro, existe um mosaico multicolorido, construído através das inúmeras conquistas, sobre mim mesma. Ainda assim, há vários espaços em branco, esperando serem preenchidos pelas formas, cores e luzes. Talvez esteja um tanto assustada, diante do tamanho de tudo que “precisa ser levantado”, mas não há outro caminho... a normalidade não é meu objetivo.

Um comentário:

Marcia disse...

Conheço bem essa sensação do passado/presente!