segunda-feira, 10 de março de 2008

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Equilíbrio





Hoje uma amiga perguntou o que estava acontecendo com o mundo, porque as pessoas estavam se desequilibrando... Medicações... Tentativas de suicídio e por aí vai...
Qual resposta ela realmente buscava?Passados alguns minutos de conversa, estávamos rindo muito de uma situação “aparentemente” difícil. Fico imaginando o que é ser “normal”, se isso existe, assim como os motivos que levam uma pessoa a perder seu equilíbrio, e por equilíbrio entendo paz interior...
Sempre me vi em uma corda bamba... Ainda não sei se conseguirei chegar ao final sem cair... Mas e se eu cair... O que vai acontecer?

Não posso querer interpretar os fatos de forma superficial, sei bem o que acontece e sei melhor ainda o que eu não sei. Dentro do que acredito e nas bases em que conduzo minha vida, as palavras certo e errado, foram abolidas há muito tempo, sendo substituídas por entendimento e compreensão. Não posso julgar uma situação se não sei à qual finalidade se destina, não posso dizer isso é certo ou aquilo não é, se não conheceço o que motiva o outro a agir dessa ou daquela maneira. Nossas visões parciais, verdades pessoais, não nos capacitam para julgar seja lá quem for.

Volto a questão do equilíbrio, como conquistá-lo? Há pessoas que se sentem vivas através dos conflitos, sendo mártires, buscando relações difíceis... Ao tirarmos isso delas, o que sobra? Conseguiriam viver diferente? Conheço pessoas que reclamam o tempo todo de suas vidas... Tudo que gostariam é de um pouco de “paz interior” e, no entanto passam o tempo todo plantando tempestades... O que será que vão colher? Acho incrível, ainda que respeite, a existência de pessoas capazes de culpar alguém ou alguma coisa por não conseguirem alcançar seus objetivos... Será? Será que sempre há um culpado? Não creio nisso, somos construções de nós mesmos, se não dessa, os resultados de vidas passadas.

Também não sou adepta da caridade e não acho que um “deus” vá me salvar por ser uma alma boa. O que é ser uma alma boa? Até onde realmente podemos ajudar o outro? Será que o outro precisa de ajuda, ou de alguém que o ajude a se desculpar, por não ter conseguido, por ter “falhado”. O que significa falhar? Sob que perspectiva? Família... Sociedade? O que tem que dar certo? Quais são os parâmetros da comparação?Todas as respostas sempre me pareceram efêmeras demais.De que adianta ter e não Ser? O que realmente faz alguém feliz?Descobri depois de muito brigar comigo mesma e com o mundo (lá de casa e das redondezas) que a paz interior, o equilíbrio, está em agirmos de acordo com nossa real natureza, independentemente do que outros podem pensar... Esses outros possuem seus próprios conflitos... Eu mesma os tenho, e não são poucos, maiores ou piores, apenas o necessário para que possa continuar a me lapidar e me transformar... Tudo sempre é uma oportunidade de crescer e na maioria dos casos, as crises nos proporcionam passos mais largos na corda bamba da vida. Não que sejam os únicos... Acredito que a dor é sempre proporcional a quantidade de apego... A não aceitação de quem realmente somos é uma demonstração do quanto brigamos com o mundo, por não sermos o que “ele” espera de nós e por tentarmos sempre nos adequar a isso... Seria bem mais humano se simplesmente aceitássemos o outro e o mundo como realmente são...

Mas quem disse que somos humanos?


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Um comentário:

Suzana disse...

É por essas e tantas outras que eu te amo.
bjs