sexta-feira, 1 de agosto de 2008

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Cantar sobre os ossos para fazer renascer... é sempre que temos que cantar com a alma, fazer com que as notas ressoem nas entranhas, que só uma fêmea possui...



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A vida que eu finjo é um circo.
E eu, palhaço de mim
dispo-me de todos os sorrisos
no calar do camarim.
No picadeiro da alma eu domo as minhas feras
E o meu espírito despeja todas as suas esperas.
Equilibrista de saltos penso que existo:
Malabrista do acaso
Domador de sobressaltos.
O trapézio me leva tão alto
para cima e além das vidas rasas.
E sem pesar eu me jogo no espaço
que fica entre o chão e minhas asas.
Olhos incríveis me habitam e seguram.
Mãos secretas me equilibram e curam.
E no momento do salto
Agarro me a mim mesma, enfim.
Cravo as unhas no meu sonho.
Reconheço o sorriso em mim.
Dispo-me da máscara.
Entrego-me ao real.
No picadeiro do meu ser
O espetáculo não tem final.

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"A Mãe Criadora é sempre também a Mãe Morte, e vice-versa. Em virtude dessa natureza dual, ou dessa duplicidade de função, a grande tarefa diante de nós consiste em aprender a compreender à nossa volta e dentro de nós exatamente o que deve viver e o que deve morrer. Nossa tarefa consiste em captar a situação temporal de cada um: permitir à morte àquilo que deve morrer, e a vida o que deve viver."
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Parece fácil... mas, não é!
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