terça-feira, 12 de agosto de 2008

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Apenas uma Lua

Nasci na constelação de capricórnio, oposta ao Sol em Leão, quase sem querer... Já que é difícil para os elementos em questão (terra e fogo) construírem entre si esse aspecto... mas nada foi fácil e essa seria apenas mais uma das dificuldades. Enquanto meu contraponto, o belo Apolo, está acompanhado da Cauda do Dragão, tendo consciência de suas passagens anteriores, a cabeça do monstro me faz companhia, esperando que lhe diga a direção que deve tomar... Ou será que eu é que a sigo?! Mmmm de qualquer forma, aonde uma vai a outra vai junto já que estamos (eu e a cabeça) na mesma constelação.


Em declínio, minhas fases já não podem ser tão fluídas, tornam-se mais sólidas com a responsabilidade de significação a cada grau percorrido. Recebo as graças de Hades, meu amado Plutão, em um trígono crescente, servindo de intermediário em sextil com Apolo. Somente ele toca a nós dois, e a responsabilidade aumenta, pois tenho eu mesma, que descer nos abismos de seu território.


Lugares sombrios e escuros são minha morada, já que em capricórnio as cavernas lhe servem de casa... Então, desde muito cedo tive de aprender as lições da solidão, e do afeto por conta-gotas... sinto falta do que não tive, ou que me foi negado, ou simplesmente estava ali, mas não ao meu alcance.


No dia que nasci estava bela, linda e radiante, contando as horas para me tornar cheia, muitas pessoas olhavam minha face e já me viam como se cheia estivesse, mas faltavam 6h para isso, então estava em uma fase de transição, em um dia de troca de bastão, sairia da crescente e entraria na fase cheia... E até isso é confusão... Ai... ai... no final das contas não era nem uma nem outra e há quem diga, como Dane Rudyar, que estava corcunda, será? O que isso quer dizer!? Bem peguei os livros e lá fui eu... Lua Corcunda...
“Tende a dar muita atenção ao desenvolvimento da sua própria capacidade de crescimento pessoal, deseja oferecer valor e significado à sua sociedade, à própria cultura, ou de modo geral, a própria vida. Pergunta-se repetidamente, “por quê?”, e trabalha no sentido do esclarecimento de questões pessoais ou sócio-culturais, tendo em mente algum tipo de objetivo que para ela é importante. Em geral, possui uma mente aguçada e de capacidade para associar idéias e conceitos, procurando com isso tornar possível algum tipo de revelação ou de iluminação...”
Sabias palavras de Dane... ainda que sejam muitas as perguntas sem resposta.

Uma vez, ouvi um comentário pelo Zodíaco que se conseguisse vencer minhas carências conseguiria materializar qualquer coisa que desejasse com intensidade, ou que sentisse necessário que meu fosse... às vezes isso realmente acontece, mas meu inconsciente atrapalha e acabo materializando as faltas, talvez mais do que as presenças... Estou aprendendo, e a sensação de culpa é apenas mais um sintoma de capricórnio, que acredita que se algo não deu certo, é porque ele falhou... Ai...ai...

Depois de Dane, fui procurar ajuda com um senhor chamado Eugênio Carutti, dono da "Casa XI" uma das maiores universidades de astrologia da América Latina (sim, isso existe e possui mais de 500 alunos por semestre... são muitas irmãs buscando entendimento) e foi então que ouvi pela primeira vez que possuía talentos... andava pesarosa, achando que tudo era incompreensão e frio, mas ele me deu uma luz...

“Quando realmente te abrir para uma nova circulação de energia, dissipando as dores e tristezas que teu rosto me mostra, aparecerá a solidez emocional que permite um contato mais profundo com o humano, em suas limitações e necessidades. O fundo melancólico que era próprio de tuas fases anteriores dará lugar a um profundo realismo, capaz de encontrar as melhores formas possíveis para o desenvolvimento da criatividade. Nada melhor que a lua em capricórnio para compreender a esterilidade do isolamento e a cristalização do passado. Construir formas que respondam as necessidades reais, articulá-las com os demais e ser capaz de renová-las com um ajustado sentido de tempo... essas são as suas expressões naturais integradas a totalidade da estrutura... vai descobrir que possui uma tendência a simbiose e a dependência emocional muito menor que as demais luas e que portanto, esse é o talento: a capacidade de solidão, porque realmente não necessita “que os outros lhe preencham a vida”, aparecendo dessa forma a expressão de uma emoção madura, capaz de sustentar-se sem dependência, com real aprumo e de resistir a situações que seriam muito difíceis para os outro...”

Agradecida, tomei posse de meus talentos...
Já não procuro aqui e ali as razões de meus infortúnios, apenas tento aprender com eles, entendendo que a maior dificuldade pode se tornar o melhor talento... Saber aprender nem sempre é fácil, ainda mais quando precisa-se fazer uma re-leitura de nossos posicionamentos.
Nada vai mudar os fatos, mas posso mudar o ângulo de visão... e é isso...

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